sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ryder Cup em Portugal pode ter impacte económico de 550 milhões de euros

A organização da Ryder Cup em 2018 representa um impacte económico aproximado de 550 milhões de euros, um montante três vezes superior ao do Euro2004, a que acresce um efeito positivo, prolongado no tempo, de promoção internacional de Portugal enquanto destino turístico de qualidade, de acordo com a consultora internacional Deloitte. 


A realização da mais importante competição de Golfe do mundo será, por isso, um acontecimento sem precedentes para o sector do turismo e para a economia nacional, com o incremento das receitas do turismo, da criação de postos de trabalho e da geração de receita fiscal adicional, a que acrescem os efeitos resultantes da antecipação dos projectos turísticos previstos para o Alentejo Litoral, sua projecção e consolidação.

As conclusões do estudo da Deloitte, que avaliou o impacte macroeconómico da prova, de investimento maioritariamente privado, apontam quatro tipos de efeitos da Ryder Cup, que não se concentram apenas em 2018 e se estendem para lá de 2030.

Além das receitas resultantes directamente do evento, existem ainda: 1) efeitos colaterais - torneios do European Tour associados; 2) de legacy - pelo efeito positivo da Ryder Cup para o país enquanto destino turístico de Golfe, com aumento de turistas e número de voltas jogadas - e 3) de antecipação do desenvolvimento, exploração e comercialização dos projectos turísticos da região.

Portugal, que tem José Mourinho como embaixador, está na corrida pela organização desta prova com Alemanha, França, Espanha e Holanda. O enquadramento natural único da região, a localização privilegiada, o clima ameno, a oferta hoteleira de alta qualidade em desenvolvimento, em harmonia com o ambiente, e a noção de legado, subjacente a todo o projecto, colocam, neste momento, a Candidatura portuguesa entre as favoritas à vitória. 

A Candidatura capitaliza a sua proximidade única a Lisboa. Esta complementaridade entre o Alentejo Litoral e Lisboa reforça, por um lado, a oferta hoteleira, cultural, de entretenimento  e lazer da Candidatura nacional à Ryder Cup, por outro, permite oferecer um city break, o que vai ao encontro do perfil do golfista deste tipo de eventos. 

Um efeito prolongado com impacte na aceleração económica do país 

Além do incremento nas receitas turísticas, a Deloitte estima um impacte muito significativo ao nível do incremento da riqueza nacional através da entrada de capitais estrangeiros no país. 

A realização da Ryder Cup em Portugal traduzir-se-á num impacte de aproximadamente 1.276 milhões de euros no Valor Acrescentado Bruto (VAB) nacional, o equivalente, em termos anuais, a cerca de 42,8 por cento do VAB da Autoeuropa.

Este valor resulta da soma do impacte do evento – Ryder Cup, eventos do European Tour e efeito legacy –, o incremento da procura turística motivada pela antecipação da exploração dos projectos turísticos do Alentejo Litoral e a sua consolidação enquanto destino atractivo.
A organização da prova vai ainda gerar receitas fiscais adicionais no valor de 284 milhões de euros e representar um contributo significativo para a balança de pagamentos pela entrada adicional de 1.600 milhões euros em capitais externos, o equivalente, em termos médios anuais, a cerca de 4,5 por cento do investimento directo estrangeiro em Portugal. 

A realização da Ryder Cup permitirá a aceleração do desenvolvimento turístico do Alentejo Litoral, antecipando a criação de postos de trabalho no sector da construção e na exploração hoteleira/turística, representando uma média anual de 14.000 postos de trabalho entre 2011 e 2030. 

O elevado poder económico do turista de Golfe é outro factor importante no âmbito da organização da Ryder Cup. De acordo com o estudo da Deloitte, o turista de Golfe tem uma despesa média diária de 370 euros contra os 170 euros de outros eventos desportivos realizados em Portugal.

A Deloitte estima que a realização da Ryder Cup induzirá um efeito de aceleração económica, entre 2010 e 2020, de aproximadamente 3.650 milhões de euros. 

A Ryder Cup é o terceiro maior evento desportivo do mundo, a seguir aos Jogos Olímpicos e ao Campeonato do Mundo de Futebol. De dois em dois anos, coloca, lado a lado, as selecções da Europa e dos Estados Unidos da América, na disputa pelo título de melhor equipa de Golfe.


Uma candidatura mobilizadora e com garra para vencer


Quase um ano depois de ter entrado na corrida pela organização da Ryder Cup, Portugal é um dos mais fortes candidatos, tendo dado provas que reúne todas as condições para responder e vencer este desafio. 

A Comporta, epicentro da Candidatura nacional, tem sido visitada por várias entidades oficiais e personalidades de peso no panorama do Golfe nacional e internacional, que se têm mostrado impressionadas com as condições únicas do projecto. A Candidatura nacional está assente numa forte noção de Legado: para o país, posicionando Portugal no roteiro dos melhores destinos turísticos do mundo, gerando receitas e criando riqueza, e para a modalidade, impulsionando mais jovens a jogar este desporto.

Um dos grandes objectivos da Candidatura portuguesa é, sem dúvida, tornar o Golfe um desporto popular em Portugal, aumentando a sua visibilidade e o número de praticantes, essencialmente junto das camadas mais jovens. Modalidade olímpica em 2016, o Golfe é cada vez mais visto como um desporto de massas, deixando para trás uma imagem elitista e exclusiva. A realização da Ryder Cup em Portugal será o motor desse desenvolvimento, à semelhança do que aconteceu em Espanha com a Ryder Cup de 1997.

O projecto de desenvolvimento turístico assenta num conceito de plena harmonia com a envolvente ambiental, apostando num elevado patamar de qualidade que tem na baixa densidade urbanística um dos seus traços mais fortes.

Para receber os melhores jogadores do mundo, será construído de raiz um excepcional campo de Golfe – Comporta Links –, de acordo com os mais altos padrões definidos pela Ryder Cup Europe e as melhores práticas da sustentabilidade ambiental, estando o projecto integrado no Programa Legacy da Golf Environmental Organization.

Este percurso, que será um novo marco internacional, vai ser concebido em parceria por Tom Fazio, arquitecto norte-americano, autor de vários campos de top mundial, e pela European Golf Design (EGD), uma referência a nível europeu. 

Recentemente, a Candidatura recebeu um importante sinal de confiança, com o Primeiro-ministro José Sócrates a manifestar total empenho do Governo em conquistar a Ryder Cup 2018. 

A onda de entusiasmo em torno deste desígnio nacional tem vindo a ganhar dimensão e conta já com o apoio de diversas entidades ligadas à hotelaria, turismo, Golfe e desporto, que sublinham a importância do impacto económico e estratégico da prova.

A decisão será conhecida em Abril de 2011.

Fonte: briefing.pt / LPM